quinta-feira, dezembro 09, 2010

Joaquim Morão, o dinossauro que não se extinguiu


Há pouco tempo o Leva de Mar assistiu a um recital de como se deve gerir uma autarquia. Tratou-se de alguém que neste momento detém a presidência de um concelho capital de distrito, mas que vem de quatro vitórias eleitorais numa metrópole infinitamente inferior.
Ensinou, com um ar descuidado, que uma câmara não deve constituir-se como uma central de emprego. Que ( a sua autarquia) dispunha apenas de 200 funcionários. Que a sua preocupação não é dar emprego mas sim criar condições para que haja emprego. Que a sua edilidade oferece benesses a quem quer constituir empresa; que dá a cana, o isco e ensina a pescar.
Afirma que os vereadores não devem ter cargos a tempo inteiro. Que se deve acabar com os chefes de gabinete. Que não deve haver secretários. Que as empresas municipais são importantes desde que necessárias. Ele próprio sustenta que o seu concelho (capital de distrito, lembre-se) tem apenas uma. Que se deve estar próximo das populações, responder aos seus anseios e desejos. Que se deve aproveitar muito bem os financiamentos inscritos no QREN. Que se deve acabar com as freguesias existentes nas sedes do concelho. Que não faz sentido existir uma junta e ao lado uns Paços de Concelho. Que a assembleia deve exercer a função fiscalizadora para a qual foi criada.
Este senhor não é nenhum extraterrestre. É um sábio terráqueo que aprendeu com a vida.
Para que não haja qualquer dose de fantasia, a figura em causa preside à câmara de Castelo Branco, depois de gerir os destinos de Idanha a Nova durante quatro mandatos. Eis Joaquim Morão.
Nem tudo é mau na política, pois então.

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