sexta-feira, junho 24, 2011

O BE volta a morrer de novo

O Bloco de Esquerda (BE) morreu e ninguém o avisou. A afirmação pertenceu a um bloguista e dizia respeito a uma problemática antiga que o Bloco viveu e que volta hoje a ser actual.
As sucessivas deserções, a começar pela demissão de Rui Tavares no Parlamento Europeu que se autoincluiu no grupo dos Verdes Europeus, por divergências com Francisco Louçã, o pedido de Miguel Portas para o afastamento dos quatro fundadores (Fernando Rosas, Luís Fazenda, Francisco Louçã e próprio Portas), como forma de regeneração do movimento, as posturas do Bloco face à crise, já que se recusou a receber os elementos da troika, a posição a levar a cabo nas próximas autárquicas em matéria de alianças, funcionando como CDS da esquerda, têm constituído motivo de sobra para uma autoflagelação e até mesmo para algum canibalismo.
A verdade é que o BE é um movimento com eleitores flutuantes, voláteis, sem ideologia, alimentando-se de temas fraturantes, mostrando-se incapaz de subir com PS no poder.
O BE deixou que a defesa dos trabalhadores fosse propriedade apenas dos sindicatos, com isso foi perdendo voz e espaço, abrindo campo ao aparecimento de outras instituições que centralizaram o debate. Perdeu protagonismo e abriu alas a outros movimentos políticos. Talvez queira um álibi que explique a sua própria volatilização.
Para completar, há que referir o aspecto idílico da assembleia da República onde nos deparamos com um partido como Os Verdes que sempre possui deputados mas nunca teve votos.

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