quarta-feira, agosto 01, 2012

Legitimar é dar bom uso à força


As necessidades de cada cidadão manifestar as suas dúvidas, as suas hesitações, a sua própria existência vão variando de acordo com o íntimo de cada um e até mesmo com o grau de motivação que pessoa arrasta consigo. Porém, numa democracia plena, todas as formas de manifestar essas inquietações são legítimas, desde que elas não colidam com a quietude dos outros.
A discussão à volta da legitimidade que um político recebe sempre que é empossado varia na razão de grandeza dos seus atos. Um líder eleito não é mais legitimado que o cidadão que nele depositou o seu voto. A prossecução das suas posturas estão sempre sujeitas ao sufrágio racional de quem o empossou. Em boa verdade, nunca deveria afastar-se do trilho que o alcandorou, como se de um contrato matrimonial se tratasse.
A não verificar-se este conjunto de premissas a legitimidade não só é posta em causa como até pode mesmo extinguir-se. Logo, aqueles a quem a confiança foi subtraída por via do rompimento contratual, veem essa legitimidade perdida ou, caso insistam na sua posse, só a terão se surripiada.
A ser assim, é a voz da democracia a falar, aquela que preconiza que o povo governa e não que o governo nasce de forma espontânea nas suas costas.

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